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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

História do Jiu-jitsu


O Jiu-Jitsu tornou-se a grande febre das acadêmias especializadas em Artes Marciais, em especial o Brazilian Jiu-Jitsu. É impossível não reconhecer os bons frutos que essa alavancada dos tatames trará para as gerações futuras (estilo de vida saudável e auto-controle).  Conhecer bem a história da concepção desta Arte Suave é um dever prazeroso aos amantes deste esporte, que se desenvolveu sobre o preceito moral monástico da não letalidade. Aproveitem o material.

O texto a seguir é parte integrante do Trabalho de Conclusão de Curso de Paulo César Rigatto.



História do Jiu-jitsu



Estudar as origens do Jiu-Jitsu significa se aprofundar na história da Índia e, em especial, na história do Budismo, já que os historiadores atribuem àquele país o título de “O berço das artes marciais”, o que ocorreu por volta do ano 500 a.C. – ou seja, há mais de 2.500 anos.

Siddharta Gautama nasceu no norte da Índia e sua família pertencia a uma casta nobre. Mediante a contemplação da condição humana, criou a base da doutrina Budista com a superação da esfera do perceptível e alcançando um estado superior (Nirvana). Tornou-se, mais tarde, o Buda – o Iluminado (ROBBE, 2007; DA SILVA, 2003).

O Jiu-Jitsu nasceu da necessidade dos monges budistas em se defender. Os seguidores de Buda eram preparados com amplos conhecimentos teóricos e tinham a incumbência de pregar e propagar a nova mensagem à humanidade. Os discípulos realizavam longas caminhadas pelas cidades vizinhas e pelo interior da Índia com o intuito de disseminar a doutrina budista. Consta também que eram freqüentemente abordados por bandidos das tribos mongóis que infestavam toda essa região. Entretanto, não podiam reagir nem fazer uso de qualquer tipo de arma, pois isso seria considerado um atentado à moral da religião (GURGEL, 2003).

Diante dessas constantes ameaças e recorrendo aos seus sólidos conhecimentos dos pontos vitais do corpo humano e das leis físicas – das quais se destacam os princípios de alavanca, momento de força, forças mecânicas de torção, tração, compressão, flexão, extensão, equilíbrio, inércia e centro de gravidade – os religiosos iniciaram suas pesquisas para a criação de movimentos baseados na observação de animais e de golpes de defesa pessoal alternativos que não necessitassem do uso de armas nem da força bruta (GURGEL, 2003; DA SILVA, 2003).

Essa iniciativa dos monges atendia à necessidade de legítima defesa, mantendo-os adaptados aos rígidos dogmas religiosos e ao biótipo de seu povo de características físicas franzinas e com baixa estatura. Esse foi o embrião das técnicas que deram origem a criação do Jiu-Jitsu (DA SILVA, 2003).

Com a expansão do Budismo foram criados milhares de monastérios dentro e fora da Índia. Desta maneira foi levado à China, primeiro país a ter contato com a nova arte e posteriormente à terra do Sol Nascente. Na sua migração da Índia ao longo do continente Asiático, o Jiu-Jitsu foi sendo ramificado, dando origem a vários estilos de lutas oriundas de suas diversas partes. Assim, nasceram há cerca de mil anos atrás o Sumô, o Kempô-Jitsu e o Kempô.Embora o Japão possa ter sido o último país asiático a adquirir o conhecimento desta forma de defesa sem armas, lá é que as artes marciais se desenvolveram e se popularizaram de uma maneira incrível (ROBBE, 2007).

No Japão, o Jiu-Jitsu, chamado de “Arte das Técnicas Suaves”, ou simplesmente “Arte Suave”, encontrou as condições culturais para evoluir e aprimorar suas técnicas, dando origem a mais de 113 estilos diferentes de Jiu-Jitsu.

Com o passar dos anos o Jiu-Jitsu se tornou a maior arte marcial japonesa e a maior riqueza do Japão. Na época em que predominava o feudalismo, os senhores feudais possuíam, para sua proteção, samurais, exímios guerreiros que tinham no Jiu-Jitsu sua luta corpo a corpo. Com o Jiu-Jitsu os samurais se tornaram poderosos e invencíveis perante os ocidentais, apesar da grande envergadura que possuíam e possuem (YAMASHIRO, 1993; GRACIE, 2001).

Com o início da revolução industrial houve a abertura dos portos japoneses ao Ocidente e, com isso, uma enorme curiosidade em descobrir a cultura do povo oriental e, obviamente, o segredo das técnicas marciais, já tão faladas no ocidente.
Neste ponto, surge a preocupação japonesa em preservar sua cultura, assim como o conhecimento de suas armas e técnicas de guerra (YAMASHIRO, 1993; ROBBE,
2007).

O Jiu-Jitsu é fragmentado e, então, começam a ser exportados o Judô, o Karatê, o Aikidô, entre outras técnicas que se desenvolveram e se tornam grandes lutas a partir do Jiu-Jitsu. Então, as técnicas secretas de esporte passam a ser preservadas pelo imperador japonês, que decretou crime contra a pátria Japonesa ensiná-lo fora do Japão (GURGEL, 2003).

Com a primeira Grande Guerra os japoneses migram para o ocidente e uma grande parte para o Brasil. Belém do Pará foi a cidade escolhida pelo campeão japonês Mitsuo Maeda Koma (o lendário Conde Koma), para viver.

Coincidentemente, lá também residiam Gastão Gracie e seus filhos. Homem influente, o patriarca dos Gracie conheceu o conde, lhe ajudando na nova cidade, e logo conquistou sua amizade. Certo dia e como gratidão ao amigo, o Conde decidiu ensinar, na condição de segredo, a mais perfeita forma de lutar ao filho mais velho de Gastão, Carlos Gracie. 

Do alto de sua genialidade, este logo se interessou e, em pouco tempo, dominou com perfeição todas as técnicas e começou a ensinar também aos irmãos (PELIGRO, 2003; ROBBE, 2007; GURGEL, 2003) Carlos Gracie não só aprendeu a técnica como ensinou aos seus irmãos, entre eles, Hélio Gracie, o caçula da família, que veio a ser o grande gênio nessa arte, desenvolvendo esta a ponto de hoje ser considerado o Brazilian Jiu-Jitsu (GURGEL, 2003; DA SILVA, 2003).

Porém, no início, Hélio tinha restrições médicas que o impediam de praticar esportes devido ao seu físico fraco. Ele não suportava atividades físicas muito intensas e desmaiava quando tentava fazê-las. Por outro lado, assistia às aulas do irmão e desejava muito fazer aquilo. 

Um dia seu irmão se atrasou e Hélio se transformou, a partir daquele momento, em “professor”, pois só de olhar sabia todo o programa das aulas com extrema perfeição. Surgiu, então, o mais perfeito lutador de todos os tempos (GURGEL, 2003; GRACIE, 2001).

Hélio Gracie tem uma história a parte. O maior fenômeno desse esporte desenvolveu novas técnicas tão eficientes que foram consideradas, simplesmente, perfeitas. 

O Brazilian Jiu-Jitsu é, de fato, resultado do desenvolvimento de uma arte científica de luta. É considerada a mais perfeita e completa forma de arte marcial, permitindo aos mais fracos se defender e derrotar um adversário fisicamente mais forte, com o mínimo de esforço.



Referência.


RIGATTO, P. C. Efeito do treinamento de potência muscular sobre o aprimoramento do perfil metabólico e do rendimento no “randori” em praticantes de jiu jitsu. 2008. 59f. Monografia (Graduação em Educação Física)-Departamento de Educação Física, Universidade Estadual Paulista, Bauru, 2008.

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