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sábado, 31 de dezembro de 2011

Akido Funcional

Numa quinta-feira, 26 de março de 2009 a Jornalista Flávia Mantovani publicava no Jornal Folha de São Paulo a reportagem com o título Akido Funcional que contava a saga de um certo Fisioterapeuta Francês de 81 anos que resolveu associar o conhecimento absorvido em anos de treino em Aikido com uma assistência mais ergonômica, no dia a dia, para os seus pacientes.

Neste contexto podemos ver a utilização do que é aprendido na arte marcial do Aikido e transferindo tal conhecimento para melhorar de certa forma as relação entre Paciente/Fisioterapeuta.

A maioria dos Fisioterapeutas que atendem em domicílio, por exemplo, podem dar inúmeros exemplos da dificuldade de manipular pacientes acamados de forma ergonômica.

Essa técnica desenvolvida precisa ser mais divulgada, explorada no bom sentido, pois além de tudo colabora com relação a auto-estima desses pacientes. Parabéns ao Dr.Paul Dotte e que seu bom exemplo seja seguido.

Esporte e saúde sempre juntos. Segue o texto na íntegra.


Método baseado em arte marcial ensina a mover e transferir pessoas acamadas usando pouco esforço, o que previne lesões nos cuidadores e dá mais segurança aos pacientes

Cuidar de uma pessoa acamada é um desafio por vários motivos. Um deles, que pode passar desapercebido, é a força física exigida para movimentar e transferir o paciente. Mudá-lo de posição na cama, ajeitá-lo na cadeira ou levá-lo para o banho são gestos cotidianos que, se forem feitos de forma inadequada, podem gerar problemas posturais e lesões por esforço repetitivo nos cuidadores.

Ao observar essa dificuldade, o fisioterapeuta francês Dr. Paul Dotte, 81, criou um método que se propõe a prevenir o problema. Praticante de aikido desde a juventude, Dotte criou, em 1961, sequências de movimentos mais ergonômicos baseadas nessa arte marcial oriental.

Assim como o praticante de aikido usa a energia de seu atacante para controlar suas ações com o mínimo esforço possível, no Método Dotte o cuidador usa o peso do próprio paciente na hora de mexê-lo.

"Percebi que os movimentos dos cuidadores eram inadequados e que, conseqüentemente, os pacientes ficavam prejudicados", afirmou Dotte à Folha, por e-mail, na semana passada. Referência em sua área, ele foi diretor por 18 anos da escola de fisioterapia do hospital universitário de Montpellier (França) e foi membro da diretoria das Federações Francesa e Europeia de Fisioterapeutas.

Além de dar segurança ao paciente, o objetivo do método é reduzir os danos e as lesões de quem o manipula, que podem ser tanto enfermeiros, fisioterapeutas e outros cuidadores profissionais quanto familiares. A ideia é que, com os novos gestos aprendidos, eles consigam manusear os pacientes com mais eficiência, o que reduz os danos osteomusculares. "O método proporciona mais habilidade no manejo dos pacientes e reduz o temor de causar lesões, já que são utilizados gestuais amigáveis e ergonômicos", completa Dotte. Um dos discípulos de Dotte, Max Abric, chegou ao Brasil no início da semana para ajudar a implementar, em São Paulo e no Rio de Janeiro, grupos de capacitação de cuidadores baseados no método Dotte.

"A técnica permite que uma só pessoa faça, sem tanto esforço, uma ação que exigiria a ajuda de mais alguém", exemplifica o Dr. Flávio Pinheiro, Fisioterapeuta da Pronep e Cuidar & Saúde, empresa brasileira de assistência domiciliar que já ensina a técnica a instituições de saúde conveniadas e planeja um curso gratuito para familiares cuidadores no segundo semestre.

O Dr. Pinheiro afirma que os exercícios são adequados ao perfil do paciente: se ele estiver consciente, pode participar da ação, ajudando nos movimentos.

Para o fisioterapeuta, a vantagem do método é focar tanto no doente quanto no cuidador. "No dia a dia, as pessoas acabam dando um jeito: há quem use lençóis, puxe o braço do paciente, pegue pelo seu pescoço. Mas, como ele está frágil, esses puxões podem gerar luxações, por exemplo. E o cuidador pode ter tendinite ou lesão."

A técnica também é ensinada na França, na Espanha e na Austrália. Dotte não tem livros publicados no país, mas lançou um título em Portugal, "Gestos e Ativação para Pessoas Idosas", pela editora Lusa Ciência.


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